Nada meu, tudo nosso.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O que é que pode fazer o homem comum neste presente instante senão sangrar?
Tentar inaugurar a vida comovida, inteiramente livre e triunfante?

O que é que eu posso fazer com a minha juventude quando a máxima saúde hoje é pretender usar a voz? O que é que eu posso fazer um simples cantador das coisas do porão? Deus fez os cães da rua pra morder vocês que sob a luz da lua, os tratam como gente - é claro! - a pontapés.

Era uma vez um homem e seu tempo... (Botas de sangue nas roupas de Lorca). Olho de frente a cara do presente e sei que vou ouvir a mesma história porca.

Não há motivo para festa: ora esta! Eu não sei rir à toa!

Fique você com a mente positiva que eu quero a voz ativa (ela é que é uma boa!)
pois sou uma pessoa. Esta é minha canoa: eu nela embarco. Eu sou pessoa!

(A palavra "pessoa" hoje não soa bem - pouco me importa!)

Não! Você não me impediu de ser feliz! Nunca jamais bateu a porta em meu nariz! Ninguém é gente! Nordeste é uma ficção! Nordeste nunca houve! Não! Eu não sou do lugar dos esquecidos! Não sou da nação dos condenados! Não sou do sertão dos ofendidos! Você sabe bem: Conheço o meu lugar...

Conheço o meu lugar, Belchior.

3 comentários: